PÁSSAROS E NINHOS
Um dia a gente tem um encontro com a gente mesmo. Percebemos que no caminho algumas conquistas foram valiosas, que outras as perdemos, umas ainda almejamos e outras são o nosso grande sonho. Um dia, também, deparamos com o nosso ninho vazio, embora ele permaneça lá, geograficamente, já não é o nosso ninho. E é aí quando compreendemos um pouco da diferença entre a existência e viver; do ter e não ter; das lembranças e da saudade; do ser e ter; do que é, foi, será. A existência é ciclo natural do ser vivo, a vida não. A vida é um místico ser e não-ser, ter e não-ter, e ter e ser. Quando encontramos o nosso ninho e vemos as mesmas portas que nos serviam livremente de entradas e saídas, ali, bem a nossa frente acessíveis à entrada porém absolutamente fechadas. É o nosso encontro doloroso: ter, porém não ter. Ser e não ser mais, e finalmente, existir mais não poder viver. Então a gente só queria entender estas coisas: Por que as portas se fecham, os pássaros precisam deixar os seus ninhos. É quando descobrimos que o mundo é o nosso ninho, as portas são as oportunidades e nós nada mais somos do que pássaros caçando um ninho adequado para pousarmos novamente.
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